Intervenção Bélica nas Qualificações
Pegando na palavra que o Vice-Almirante Gouveia e Melo utilizou para descrever a missão para o qual foi chamado e justificar o camuflado que envergava, a “Guerra” que enfrentamos provocada pela crise pandémica que ainda nos assola, necessita de ser combatida em duas duras batalhas, por um lado a luta pela procura e administração de uma vacina contra o vírus e por outro lado uma luta robusta e eficaz que impulsione as economias e nos possibilite sair desta crise ainda mais fortes, sustentáveis, coesos e competitivos.
A primeira batalha foi brilhantemente ganha, as vacinas apareceram e o processo de vacinação decorreu de forma eficaz e eficiente, devido a um trabalho de equipa liderado, de forma irrepreensível, pelo Vice- Almirante Gouveia e Melo, mas onde mais uma vez os nossos enfermeiros/as foram “soldados” incansáveis.
A segunda batalha está em andamento e para essa foi necessário encontrar uma arma que auxilie a recuperação económica. A Europa uniu-se como nunca e apresentou o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a famosa Bazuca, belicamente denominada por Portugal. Este orçamento de longo prazo da União Europeia, juntamente com o Next Generation EU (instrumento temporário, criado para estimular a recuperação), será o maior pacote de medidas de estímulo alguma vez financiado na Europa, ascendendo a um montante total de 2,018 biliões de euros. Ao nosso País estão destinados16,6 mil milhões de euros de financiamento total, a executar até 2026, sendo composto por 14 mil milhões de euros a fundo perdido e o restante em empréstimos.
Cientes da importância que a educação e formação têm para o aumento das qualificações e competências, sendo estas verdadeiramente um dos motores da competitividade que as nossas empresas necessitam para se reerguerem e recuperarem da situação desvantajosa em que se encontram, fruto das profundas mudanças ocorridas na economia e até na própria sociedade e porque Portugal tem de “sair desta crise mais qualificado e preparado do que estava há cerca de dois anos”como referiu o nosso Primeiro Ministro, atingindo o objetivo de conseguir ter a geração mais qualificada e mais próxima dos níveis de qualificação da União Europeia, o Plano apresentado por Portugal contempla uma verba 1500 milhões de euros para a um conjunto de ferramentas dedicadas à formação, qualificação e competências, dos quais 400 milhões de euros são dedicados à dimensão da formação profissional e, em particular, da formação contínua.
A juntar a esta verba do PRR (2021-2026), surge ainda a verba do novo quadro comunitário Portugal 2030 e as últimas verbas que restam do velho quadro comunitário Portugal 2020. No total falamos de um investimento de 5 mil milhões para melhorar as qualificações e competências de trabalhadores e empresas até 2030.
A modernização da escola digital e a aposta no ensino profissional são as duas principais apostas do Governo para a educação no PRR.
Para isso será necessária uma reconversão e qualificação profissional. Investir, por um lado, na formação profissional das novas gerações e, por outro lado, na requalificação profissional da população ativa que tem de aprender a trabalhar com as novas ferramentas, de forma que ninguém fique para trás (como acontece na Guerra) e perca o comboio da transformação digital.
Nesse sentido, foi já assinado um acordo sobre Formação Profissional e Qualificação entre o Governo e os parceiros sociais que tem como objetivos:
• Criar condições para aumentar a formação e as qualificações em Portugal;
• Alcançar a meta europeia de ter, até 2030, 60% dos adultos entre os 25 e os 64 anos em ações de aprendizagem ao longo da vida.
Portugal tem a maior percentagem de adultos entre os 25 e os 64 anos, na vida ativa, que não concluíram o ensino secundário ou equivalente (44%), enquanto a média europeia é 20,8%. Esta é uma grande oportunidade para a Europa, mas principalmente para Portugal. A bazuca de dinheiro é uma oportunidade de fazer diferente e não repetir erros do passado, na aplicação de fundos europeus. Não podemos permitir que a bazuca se transforme numa granada que nos explode nas mãos.
A Academia H Saúde continuará sempre atenta aos novos reptos que se colocam ao mundo empresarial e às oportunidades que surjam para poder contribuir para o crescimento das empresas e alavancar o sucesso profissional dos colaboradores.
• Nesta Guerra não seremos neutros, estamos disponíveis em ser aliados no aperfeiçoamento das competências dos recursos humanos, tornando-os em soldados de elite prontos a combater pela competitividade.
Dr. Francisco Gonçalves, Gestor de Formação da Academia H Saúde