Não deixe as suas doenças nas mãos da Covid-19


A fase que a humanidade hoje atravessa é sinistra e abalou a vida e projectos de todos, de modo imprevisível. Aprendemos juntos uma séria lição já esquecida: a que dependemos uns dos outros, porque esta doença caminha através de nós e é através de nós que contamina e se espalha. 

Num mundo em que cada vez mais se sentia o individualismo e que a liberdade como expoente máximo de concretização pessoal, acontece esta pandemia e lá vão as certezas, as férias marcadas e tantos planos agendados. 

Surgiram palavras novas no léxico do nosso quotidiano, quarentena e confinamento. Inundaram as notícias novos protagonistas da DGS, da OMS, também estes muitas vezes à deriva de aconselhamentos contraditórios onde ficaria melhor assumirem que simplesmente não sabiam o que fazer. 

Abalou estruturalmente o planeta humano até nas suas relações familiares. 

E agora, por causa de uma economia também ela em crise, somos forçados a deixar a reclusão, porque o país não possui mais recursos para continuar a apoiar esta paragem para evitar a doença, para que a avalanche de casos seja suportada pelo SNS e outros privados. 

Mas as instituições ligadas à Saúde como o Grupo H nunca pararam. Nem podiam. 

Os utentes tiveram à sua disposição um número gratuito para onde poderiam telefonar 24h x
7 dias, consultas em tele-medicina para não permitir algum desleixo em relação a patologias crónicas e outras, o Centro Médico de Diálise continuou a funcionar, bem como a Farmácia Alves, que passou a entregar medicamentos ao domicílio com grande regularidade. As restantes unidades adaptaram-se às necessidades com horários mais reduzidos. 

Infelizmente, o aparecimento deste novo vírus não veio substituir as doenças que já existiam nem a importância de as controlar. Quem era hipertenso , diabético, com problemas cardíacos e tantas outras enfermidades não ficou curado, continua a precisar de controlar esses problemas, para que não se agravem de modo irrecuperável. A Covid19 é apenas mais uma, à qual precisamos de sobreviver e de nos adaptar. Não deixem por isso as vossas doenças na mão deste vírus, elas prosseguem o seu curso muitas vezes devastador na ausência de tratamento, agravando o estado de quem padece. 

Todas as mudanças e adversidades encerram em si próprias a possibilidade de alterarmos a nossa vida para melhor. Neste caso podemos aprender que a nossa liberdade depende da do outro, como dizia Sartre. Podemos aprender que somos todos chamados a parar esta pandemia. Neste número encontrarão diversos conselhos dados pelos profissionais de Saúde do Grupo H. 

A eles e a todos os que estiveram na linha da frente, o meu sentido agradecimento.
A todos vós ; cumpram com o uso de máscaras e distanciamento social.. É o único caminho para erradicarmos juntos este invisível inimigo.

 

Dr. António José Henriques

Presidente do Conselho de Administração do Grupo H Saúde

quarta, 05 de agosto de 20